O mercado está se voltando de forma mais contundente para questões de responsabilidade social e ambiental. Os consumidores cada vez mais conscientes e exigentes, valorizam empresas que mostram preocupação com o presente e o futuro em ações concretas. Nesse cenário, surgem as estratégias ESG.
A sigla em inglês representa as palavras Envaironmental, Social e Governance, que em tradução livre para o português significam sustentabilidade ambiental, social e governança corporativa. Ao investir nesses três principais pilares, as empresas passam a construir um desenvolvimento sustentável.
Muitas empresas já possuem práticas relacionadas ao ESG aplicadas no dia a dia. Inclusive com metas e ações ligadas aos principais fóruns internacionais – como acordos realizados nas COPs, as conferências climáticas da ONU que ocorrem anualmente.
O comprometimento com ações sustentáveis (não só ambiental, mas também social e dentro das organizações) são, inclusive, determinantes para investidores decidirem em quais empresas irão depositar a sua confiança.
Falando assim, ESG pode até parecer algo restrito a grandes organizações, mas não é uma verdade. Práticas ambientais, sociais e de governança corporativa podem, e devem, fazer parte das estratégias de micro e pequenas empresas.
Neste artigo, a Mango Tree, um coworking no centro de São Paulo, explica o que significa de fato cada letra da sigla ESG e como elas podem ser aplicadas no dia a dia de MPEs. Confira.
De onde surgiu a ideia ESG?
As questões que envolvem meio ambiente, sociedade e a responsabilidade das empresas – um dos principais atores e desenvolvedores da economia mundial – não são algo recente. Mas foi no início do século 21 que a sigla ESG surgiu e transformou as conversas em algo mais concreto.
A primeira aparição do conceito, que acabou por tornar-se uma prática, foi em 2004, no relatório “Who Cares Wins – Connecting Financial Markets to a Changing World” (em tradução, “Quem se Importa Vence – Conectando o Mercado Financeiro para Mudar o Mundo”).
Desenvolvido pelo Departamento Suíço de Assuntos Exteriores em parceria com a ONU, o documento trouxe uma nova recomendação do que analistas, investidores, consultorias e instituições deveriam avaliar nas empresas antes de investir nelas.
Foi a forma encontrada para chamar a atenção para as questões ESG. Atualmente disseminada, elas deixaram de ser apenas algo feito para os investidores verem, e passaram a fazer parte da entrega de valor ofertada aos clientes – que cada vez mais entendem e cobram as responsabilidades sustentáveis das organizações.
O “E” do ESG: Meio Ambiente
Destacando o meio ambiente e a necessidade da implementação de ações mais sustentáveis nesse sentido, o “E” do ESG envolve desde o uso de recursos naturais por parte das empresas, a forma como os resíduos são descartados, os níveis de poluição produzidos até se participa de atividades relacionadas ao desmatamento.
Nesse sentido, as empresas devem ter a preocupação de utilizar de forma consciente recursos como água e energia, bem como ter uma gestão que busque reduzir ou compensar atividades que são consideradas prejudiciais ao meio ambiente. Isso vale tanto para as atividades internas quanto para os fornecedores, que devem ser escolhidos com responsabilidade.
Um exemplo de ações voltadas para o meio ambiente é o programa “Regenera América”, encabeçado pelo Mercado Livre. O marketplace passou a investir valores proporcionais à pegada de carbono deixada por suas atividades (algo que alcança dezenas de milhões de reais), na restauração de ecossistemas. Com início em 2021, na Serra da Mantiqueira, a ação restaurou milhares de hectares da região.
Ações como essa podem não ser de conhecimento de todos o mercado, mas contribuem para a robustez e segurança empresarial. Afinal, o contrário pode ser catastrófico. Como no caso da Union Carbide, em Bophal, na Índia, em 1984, quando gases letais vazaram da fábrica de agrotóxicos da companhia, matando mais de 8 mil pessoas em apenas três dias.
A falta de protocolos de segurança e gestão ambiental por parte da empresa causou um dos piores desastres químicos da história e a falência da Union Carbide.
O “S” do ESG: Social
O pilar social envolve a forma como a empresa se relaciona com colaboradores, clientes e a comunidade mais próxima de suas atividades. Trata-se do investimento em employee experience, de proporcionar boas condições de trabalho, mas também do envolvimento com os direitos humanos e o apoio no desenvolvimento da sociedade como um todo.
Uma pesquisa realizada pelos institutos Akatur e Ethos mostra que 88% dos brasileiros acredita que a iniciativa privada tem o dever de participar da solução de problemas sociais, como criminalidade, descriminação, pobreza e baixo índice de educação.
Nesse sentido, empresas investem em uma série de ações. O Bradesco, por exemplo, possui a Fundação Bradesco, uma vertente educacional gratuita da empresa. Já a Natura trabalha no Movimento Natura, que ajuda a divulgar ações sociais para que estas ganhem em escala.
O “G” do ESG: Governança corporativa
Já o pilar da governança corporativa está relacionado com os processos de gestão. Vai desde a forma como o conselho de uma empresa é formado, se é diverso ou não, até os trabalhos de auditoria e a transparência na divulgação dos dados.
Ao perpassar por todas as operações e relações de uma empresa, tem o papel fundamental para garantir que iniciativas e práticas ESG façam parte do dia a dia da organização.
A partir da postura adotada pela governança, direciona-se o resto da empresa. Há grande influência, inclusive, na construção da cultura empresarial. Dessa forma, é a área responsável por criar mentalidade e comportamento sustentáveis dentro de uma organização.
ESG nas MPEs
Todas essas práticas de ESG não podem ficar restritas às grandes empresas. Afinal, as micro, pequenas e médias empresas representam 99% do total do empreendedorismo do brasileiro – e têm um papel fundamental em um futuro mais sustentável.
A grande preocupação dos gestores de MPEs tem sido como investir em práticas ESG diante de um orçamento curto e de uma equipe enxuta, normalmente focada em atividades relacionadas ao core da empresa.
A resposta para isso pode estar em incluir práticas ESG nas atividades diárias, na cultura da empresa como um todo. Pequenas mudanças já são capazes de trazer uma postura mais sustentável para as empresas.
Quando se trata da questão ambiental, por exemplo, realizar a separação do lixo reciclável, reduzir o uso de materiais descartáveis (como copos e talheres), instalar luzes com sensores para que nenhuma fique acesa por esquecimento, e conscientizar quanto ao desperdício de água são ações que podem fazer a diferença a longo prazo.
Em relação ao pilar social, as ações também podem começar dentro das organizações. Formar equipes diversas, dando oportunidades para negros, LGBTQIA+ e mulheres, todos com salários equiparados e compatíveis ao mercado, além de investir no employee experience e no desenvolvimento dos colaboradores, pode ser um começo importante.
Preocupações com meio ambiente, sociedade e governança também devem estar presentes na hora de escolher fornecedores e parceiros para os negócios. Relacionar-se com empresas sustentáveis e responsáveis também faz parte do ESG.
Outra ação interessante pode ser afiliar-se a um coworking. Nesses espaços de trabalho compartilha-se recursos, como energia elétrica, água, internet. Ao reduzir e utilizar somente o espaço necessário para a empresa atuar, também se está adotando uma atitude sustentável.
Venha conhecer a Mango Tree, um coworking na República, no centro de São Paulo e comece, desde já, a adotar práticas de ESG no dia a dia da sua empresa.